O presidente do Benfica falou, em entrevista em modo sereno e de resposta rápida,destacou o atual momento da equipa, sublinhou que os sócios e adeptos "não têm hoje vergonha de dizer que são do Benfica",dizendo ainda que "o País merece um Benfica grande".
«Não está na minha cabeça vender jogadores»
Luis Filipe Vieira falou do modelo de negócio dos encarnados, que conta também com a renegociação dos direitos desportivos em 2013.
«Na minha cabeça não está vender jogadores. Se o Benfica se mantiver na Liga dos Campeões e tiver uma determinada verba sobre os direitos televisivos, não precisa de vender jogadores, até pode comprar. O meu jogador preferido é o Luisão, é um verdadeiro líder», comentou.
«O passivo bancário é de 200 milhões e poderia desaparecer com as vendas dos activos, sei as propostas que tenho. Até podia sair e deixar tudo pago, mas não está nos meus planos», reforçou.
«Hoje os grandes investidores do Benfica são os sócios. Agora, as receitas televisivas andam à volta dos 10 por cento do total. Sabemos que em 2013 vamos aumentar em muito isso e a partir de amanhã vamos começar a falar com os nossos parceiros», sublinhou.
Vieira evitou falar das claques, mas desejou que no próximo FCP-Benfica tudo corra bem.
Vieira recusa reatar relações com Pinto da Costa
Luís Filipe Vieira falou sobre a ausência de relações com o presidente do FCP, comentando também o castigo a Hulk e o interesse comum em alguns jogadores.
Na entrevista, Luís Filipe Vieira evitou falar sobre temas que não o Benfica, mas não conseguiu deixar de falar sobre a sua relação com Pinto da Costa, presidente do FCP.
«O que estragou a nossa amizade? Nunca traí ninguém. Se calhar, foi a minha vinda para o Benfica o que levou a que nos tenhamos chateado. Talvez soubesse que eu podia fazer alguma coisa séria pelo Benfica...», comentou.
Falando directamente sobre Falcao e outros jogadores que estiveram na mira do Benfica e acabaram no Porto, Vieira foi directo: «Pinto da Costa nunca me roubou nada. O Falcao? Não posso, às duas da manhã, duplicar o salário dele, só isso.»
Assim, perante a questão de reatar relações, Vieira foi peremtório: «Não imagino que isso aconteça, não quero. Poderá haver outro presidente do Benfica que o faça, mas eu não. Enquanto essa pessoa estiver à frente dessa instituição, não, mas não tenho nada contra o FCP.»
Quanto ao processo Apito Dourado, sublinhou que nunca conheceu Carolina Salgado - «nunca a conheci nem nunca foi aliada do Benfica» -, ex-companheira de Pinto da Costa, que «não liga» a árbitros, comentando apenas uma conversa com Valentim Loureiro, então presidente da Liga, sobre a nomeação do árbitro Martins dos Santos para um Benfica-FCP, que recusou. «Disse ao major para não ir por aí, porque se não resolvia o assunto de outra maneira, não ia ao jogo.»
Sobre o castigo a Hulk, Luís Filipe Vieira não deixou de usar a ironia embora não tenha comentado as diferentes decisões da Comissão Disciplinar da Liga e do Conselho de Justiça da Federação. «O que sei é que, mesmo com menos 12 jogos, continua a ser o jogador da Liga que perdeu mais bolas. E que ele não devia ter feito o que fez. O pior que pode existir é as pessoas não aceitarem as derrotas. Admito que os árbitros errem, mas hoje não desconfiamos da arbitragem», disse. Aliás, sublinhou, «a regra é não comentar arbitragens»: «Respeitamos os os nossos adversários, sempre. O Benfica é sério nas abordagens que faz a todos os jogos.»
«Se eu não apareço, Jesus estaria no FCP» - Luís Filipe Vieira
O presidente Luís Filipe Vieira, disse que mantém um relação de forte confiança com o treinador Jorge Jesus e planeia renovar com o técnico em breve.
«O Jesus esteve para trabalhar no Benfica há dois anos. No primeiro ano no Rui Costa, as coisas estavam acordadas, mas pensou-se que não se deveria logo apostar num português. Mas o ano passado, se calhar, se eu não apareço, ele seria hoje treinador do FCP. Vi algumas mensagens nesse sentido. E por isso fomos logo buscá-lo. Tinha uma vontade muito grande de trabalhar com Jesus e de certeza que ele vai ficar muito tempo no Benfica, brevemente vamos falar», disse, revelando assim que pensa propor renovação de contrato a Jorge Jesus.
«Não entra um jogador sem o Jesus saber quem é. É ele que escolhe, mas quem decide sou eu, é difícil haver decisões contra a minha vontade. Todos os dias falo com o Jorge Jesus, seja a que horas for, uma ou duas da manhã. Tenho um treinador com quem posso dialogar», disse ainda.